terça-feira, 1 de novembro de 2011

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL

Othon Bastos na famosa foto
que serviu de cartaz ao filme

Além de remeter diretamente à música de abertura de Roque Santeiro, o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol traz outra coincidência. 

O filme de 1964 com roteiro e direção de Glauber Rocha foi o grande marco do chamado Cinema Novo, uma espécie de Nouvelle Vague brasileira onde o lema era "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". 

Rosa e Manuel são pequenos criadores de gado. Manuel, interpretado pelo saudoso Geraldo Del Rey, discute com um fazendeiro e o mata. Os dois fogem e acabam parando em Monte Santo onde um beato quer trazer de volta o catolicismo místico e ritualístico. Enquanto Manuel se integra totalmente aos romeiros, Antônio das Mortes é contratado pelos latifundiários para matar Sebastião, o beato santo que prega contra os mandos dos coronéis.

Após presenciar o sacrifício de um bebê, Rosa mata o beato e junto com o marido foge. No sertão, encontra ainda com Corisco, o diabo loiro, companheiro de Lampião. O cangaceiro foi um dos que conseguiu escapar do extermínio. 

Geraldo Del Rey e Yoná Magalhães

Rosa fica encantada pela masculinidade do cangaceiro, mas ele acaba morrendo pelas mãos de Antônio das Mortes. Rosa e Manuel continuam sua fuga, dessa vez em direção ao mar.

Além da história cheia de semelhanças com a crítica de Dias Gomes em Roque Santeiro, Deus e o Diabo conta com a presença de Yoná Magalhães, como Rosa e Othon Bastos, como Corisco. O ator Maurício do Valle, o Delegado Feijó, é o principal algoz de Corisco, interpretando Antônio das Mortes.

Maurício do Valle
no filme de Glauber Rocha
20 anos depois os três se reencontram em Roque Santeiro com uma história menos trágica, porém tão cheia de semelhanças que é impossível não destacarmos. Othon chegou à Asa Branca como Ronaldo, o antigo romance de Matilde (Yoná Magalhães). Enquanto isso, o Delegado Feijó fica atrás de Ninon, mas curiosamente interpreta o cangaceiro Navalhada no filme de Gerson do Valle (Ewerton de Castro). 

E será que é tudo coincidência? Continue ligado em Roque Santeiro!

Assista um vídeo com Jean Cândido Brasileiro falando sobre Glauber Rocha e o Tempo Glauber, espaço cultural que abriga a obra do cineasta.

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